quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Os Fuentes - Parte XIII

Chegando ao endereço que Rosa havia lhe passado, Cristóban se deparou com um prédio de cinco andares ao lado de um conjunto de quatro grandes galpões. Estacionou o carro e dirigiu-se ao que parecia ser a recepção.

– Bom dia! Por favor, a senhorita poderia me informar em que sala fica a empresa do senhor Juan Carlos Lopez?

A recepcionista olhando para Cristóban com certa descrença, e já tendo levantado uma das sobrancelhas, retrucou:

– Senhor, todo esse complexo é a empresa do Sr. Juan Carlos Lopez.

Cristóban ficou estático por alguns segundos olhando fixamente para a recepcionista. Estava completamente sem graça.

– Ah, claro! Será que a senhorita poderia desculpar a minha ignorância? Falou Cristóban rindo, mas a recepcionista continuava olhando pra ele e agora com ar gélido. Cristóban deu uma tossidinha e falou:
– Meu nome é Cristóban Lopez Fuentes, sou sobrinho do Sr. Juan Carlos. Eu gostaria muito de falar com o meu tio. Será que ele teria tempo de me atender?
– Duvido! Disse secamente a recepcionista.
– A senhorita poderia ao menos anunciar que eu estou aqui? Disse o rapaz já um pouco impaciente com a aspereza da mulher.
– Verei o que posso fazer. Falou a recepcionista fazendo pouco caso enquanto discava algum ramal no telefone.

Cristóban sentou em um confortável sofá achando que pelo humor daquela mulher ele demoraria um bocado de tempo até conseguir falar com o seu tio. Olhou algumas fotos na parede que mostravam a construção daquelas instalações e uma porção de certificados internacionais de qualidade. Sabia que o seu tio fora representante comercial de autopeças há muito tempo, mas o que Juan Carlos fazia agora era uma incógnita para ele. “Meu tio se deu bem”, pensou ele. Nisso a recepcionista o chamou:

– A secretária do seu tio pediu que subisse. O elevador fica à direita no corredor. Chegando ao quinto andar, siga reto. A sala do Sr. Juan Carlos é a última.
– Tudo bem, obrigado. Disse Cristóban, mas mulher sequer levantou os olhos e o ignorou.

Cristóban chegou ao último andar do prédio seguiu reto por um conjunto de salas até o final. Encontrou uma sala de espera com uma senhora muito simpática: era a secretária do seu tio. Ela o recebeu com um grande sorriso e ofereceu um café.

– Quanta diferença de tratamento. Agora há pouco eu quase me arrependi de vir aqui por conta de uma moça muito mau humorada lá embaixo na recepção. Comentou o rapaz.
– Não se incomode com aquela coisa lá embaixo. O problema dela é falta de homem. Disse a secretária rindo.

Cristóban quase cuspiu o café, limitando-se a dar um sorriso meio amarelo e balançar a cabeça para concordar.

– O seu tio já vai recebê-lo, basta terminar essa reunião. Ele disse que hoje vocês almoçarão juntos. Disse a secretária sorrindo enquanto sentava à sua mesa e continuava as suas tarefas.

Cristóban terminou o cafezinho e colocou-o em cima de uma pequena mesa de centro. A porta do escritório se abriu, alguns homens saíram e logo atrás veio o seu tio que o recebeu com um grande sorriso. Juan Carlos abriu os braços e falou bem alto:

– Cristóban, há quanto tempo!...

Nenhum comentário: