sábado, 2 de fevereiro de 2008

Os Fuentes - Parte X

Na manhã seguinte Cristóban acordou com a luz do sol entrando por uma fresta deixada pela cortina da sala. Sentia-se melhor, descansado e pronto pra enfrentar as adversidades que se colocavam em seu caminho. Mesmo aquele sofá-cama sendo desconfortável, era bem melhor do que as redes e camas de campanha em que estava acostumado a dormir durante as incursões da Cruz Vermelha em território africano.

Sofie já havia levantado e tomado banho. Estava de folga já que havia feito um plantão de 24 horas no dia anterior em um hospital na periferia da cidade do México. Foi para a cozinha preparar o café da manhã.

– Cristóban, eu deixei uma toalha separada no banheiro para você se lavar. Gritou ela da cozinha.
– Ah, obrigado! Disse o rapaz ainda sonolento enquanto se encaminhava ao banheiro.

Já tomando o café, Cristóban falava à amiga que não sabia o que faria. Estava afastado há muitos anos e não tinha idéia de qual seria a reação de seu pai.

– Sofie, eu não queria que o nosso reencontro fosse em meio a tantos problemas. Eu pensava em voltar, mas não nessa situação. Disse o rapaz um tanto cabisbaixo.
– Eu não quero brincar com as tragédias que você está vivendo, mas toda essa situação se parece com essas nossas novelas horríveis cheias de desgraças... Só falta o chili, o sombrero e alguns mariachis. E riu espontaneamente.
– Nem as tortillas faltam porque estamos comendo uma agora mesmo. Brincou Cristóban rindo da própria sorte.
– É melhor rir do que chorar. Disse Sofie enquanto segurava a mão de Cristóban por cima da mesa e mirava os seus olhos.
– Errrr... É verdade. Disse o jovem completamente sem graça e puxando de leve a mão.

Terminaram o café e o rapaz decidiu ligar para Rosa a fim de ter alguma nova notícia de seu irmão hospitalizado e de seu pai:

– Bom dia, Dinda! A senhora teve alguma notícia do hospital? E o meu pai? E depois de um breve silêncio: – Tudo bem, Dinda; eu vou buscá-la agora mesmo para encontrarmos com o Dr. Roberto.
– Está tudo bem, Cristóban? Perguntou Sofie preocupada.
– Até que enfim uma boa notícia: o quadro do Ernesto melhorou muito de ontem pra hoje e o Dr. Roberto começou a diminuir a medicação. Ele deve acordar em poucas horas ou em alguns dias.
– Que ótima notícia! Disse a jovem efusivamente.
– De fato, é uma notícia excelente! Disse enquanto colocava o telefone sobre uma mesinha.

Cristóban arrumou as suas coisas e preparava-se para deixar o apartamento da amiga, e já com a porta aberta despediu-se dela:

– Sofie, eu nem sei como agradecer o que você fez por mim. Você não me deu só um abrigo, mas também cedeu o seu ombro. Acredite, eu estava mesmo precisando.
– Foi um prazer receber você aqui, Cristóban. Eu só gostaria que isso tivesse acontecido há mais tempo. E pela primeira vez a moça ficou ruborizada.
– Você sempre foi especial pra mim, Sofie... E vai continuar sendo.

Cristóban aproximou-se para dar um abraço na amiga e quando se voltou para beijar o seu rosto, Sofie o virou rapidamente e alcançou a sua boca dando nele um beijo apaixonado que havia esperado muitos anos para acontecer. Foi um momento mágico para os dois que ansiavam por aquilo ardentemente.

O Beijo cessou; eles se entreolharam e riram inocentemente, um riso meio nervoso e também aliviado. Cristóban afagou o rosto de Sofie e despediu-se com um olhar de ternura e um sorriso no rosto. Agora ele realmente se sentia preparado para qualquer coisa.

2 comentários:

Duda de Oliveira disse...

aaai, que fofos!
mais, mais, mais! :D

Anônimo disse...

Ué....Parou no Carnaval???
Vamos Daniel, escrevendo, escrevendo, alalaô ôôô!!!
GG