segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Tempo Passado

Passou, passou...

Não mais voltará!

Foi-se como a fina areia

a escorrer na ampulheta.


O ontem se perdeu,

ficou espalhado em mil pedaços.

Ele não foi esquecido,

foi pouco a pouco suprimido

para disfarçar os nossos pecados.


Findou-se... Está no passado.

Abandonado, tornou-se obsoleto

a fim de ficar no esquecimento, na ignorância.

Ainda permanece nas lembranças e memórias

como sofrimentos imensuráveis

ou felizes brincadeiras de criança.


Pretérito, et finitum.

Virou cinza nas chamas do tempo

deixando esquecido um mar de desgostos.

Já dizia o velho ditado:

rei morto, rei posto!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Carta a uma Poeta

(À minha amiga Nayara Oliveira)


Cara amiga poeta, escrevo a ti esta carta

construída entre rimas e versos,

sentado em confortável cadeira de praia,

pensando na vida, um pouco disperso.


Espero que esta possa encontrar-te feliz,

rodeada da família e amados amigos,

desfrutando da alegria e espírito natalinos

entre beijos, abraços e olhares contíguos.


Bem sei que estás no interior

aproveitando a distância da agitada metrópole,

descansando a cabeça neste agradável torpor,

esquecendo as multidões e amontoados de vozes.


Aqui no litoral o calor predomina,

exceto pela fresca brisa que por vezes sopra,

o ar segue denso, morno e sereno,

e as pessoas se animam, sorriem ou choram.


Estou cercado agora pela família,

mas a felicidade ainda não é completa.

Tu sabes bem que nos corações dos poetas

o amor não enraíza ou faz morada discreta.


É certo que agora, minha amiga,

nada haveria de ser diferente

e mesmo assim descontente

felicita-me de uma roubada escapar!


A uma conclusão eu começo a chegar:

que talvez o poeta deva ser um pouco sozinho,

dividido para sempre entre a rosa e os espinhos,

onde a inspiração se faz despertar.


O que seria da poesia sem a sensibilidade

de sentir a dor da melancolia alheia,

o vazio da pungente saudade

ou a aspereza que na vida permeia?


Neste ano que se avizinha, desejo a nós dois o necessário quinhão:

um pouco de tristeza para valorizar a alegria,

um tanto de felicidade para iluminar nossos dias

e um aconchego tranqüilo... Para descansar o coração.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Auto-afirmação

Eu nem sei porque

ainda escrevo sobre o amor.

Talvez seja auto-afirmação:

se eu repetir muitas vezes posso vir a acreditar.

sábado, 2 de janeiro de 2010

O Velho Clichê do Ano Novo

Todo mundo faz uma postagem de ano novo, mas é sempre aquela coisa batida de sempre. Eu tinha dúvidas do que colocar aqui, então eu vi no blog da querida Anônima uma postagem que me fez tomar coragem de escrever o que eu realmente penso.

Desejar feliz ano novo com saúde, paz e um monte de outras coisas é fácil demais e muito lugar comum. Não faça listas - eu não faço - é uma perda de tempo. Estipular algumas metas é até plausível, mas não faça listas de coisas que você sabe que não cumprirá, isso só fará você se sentir um estúpido; e de maneira alguma pense que 2010 será um ano maravilhoso e repleto, apenas, de coisas boas.

Eu desejo a todos um 2010 com o bom e também com o ruim. Eu desejo que você tenha vitórias porque o estímulo é importante para nos manter na luta e com o moral elevado nos momentos difíceis (e acredite, eles virão). Para chegar até o final desse ano sem querer pular na frente doe um trem, é preciso saborear algumas boas vitórias. No entanto, eu também desejo que você tenha fracassos porque eles o ensinarão a se reerguer e a tirar forças de onde nem mesmo você imaginava ter. É o fracasso que vai mantê-lo com os pés no chão e ensinar a humildade,virtude tão necessária para o crescimento humano.

Enfim, eu desejo de coração que o seu 2010 seja equilibrado com sorrisos e lágrimas. Somente assim você poderá chegar ao final dele, olhar para trás, e perceber que se tornou uma pessoa melhor.