sábado, 4 de julho de 2009

A Felicidade é Tão Pouco...

Sei que tardei a escrever aqui novamente. Desculpem a minha ausência, mas há uma razão para tanto: eu saí de casa.

No começo foi tudo meio estranho, a bagunça habitual após a mudança, as roupas sem lugar para ficar. Foi preciso comprar tudo novo: geladeira, fogão, lavadora, guarda-roupas, tv... O lugar é do tamanho ideal – nem grande nem pequeno – e as coisas já estão quase todas arrumadas, com exceção de uns livros e mais umas poucas tranqueiras.

Engraçado é o prazer nas pequenas coisas do cotidiano como cozinhar, lavar roupas, passá-las, limpar a casa. Sentir que você está realmente no seu lar e poder cuidar dele, não tem preço. Dias atrás um rapaz veio montar o armário de cozinha – um móvel pequeno e simples – e depois de montado eu pude tirar todas as coisas que estavam em sacolas de plástico para organizá-las nas gavetas. Guardei as panelas, copos, potes de plástico, mas não sem antes passar um pano em tudo. Quando terminei, eu ficava abrindo e fechando as gavetas e portas olhando se estava tudo certo ou se faltava algo. De repente uma sensação de felicidade se instalou em mim, eu olhei para aquele armário simples, com tudo arrumado, e sorri espontaneamente... Um sorriso repleto de alegria, a alegria de ver que esse cantinho estava ficando com cara de casa.

Outra razão para essa alegria é ver o alívio estampado no rosto do meu pai. Ele ainda demonstra muita melancolia, talvez decepção, mas sei que com o tempo isso vai passar. Ao menos já é possível vê-lo sorrir e isso me enche de alegria. Nessas paredes não há tristeza, não há raiva ou incompreensão. Aqui nada pesa, tudo é leve, e sinto-me verdadeiramente em casa; a nossa casa!

Antes a casa era grande, tinha certo luxo e era muito bem localizada. Hoje ela é simples, como tudo o que há dentro dela, e também confortável (porque o conforto não é só físico, mas muito mais espiritual). De que adiantou o apego material? De que adiantou o orgulho? Hoje, na simplicidade, eu e meu pai recomeçamos a vida e já sentimos a felicidade batendo à nossa porta.

Não é necessário muito para ter um lar feliz, basta compreensão, amor, paciência, humildade e saber perdoar. Dá muito mais trabalho ser infeliz e fazer os outros infelizes do que querer viver bem com quem nos cerca; na verdade não é preciso fazer muito esforço para ser feliz. Como me disse certa vez uma pessoa muito querida: “A felicidade é tão pouco...”

5 comentários:

Van disse...

Dan, simplesmente lindo... muito bom ter lido de primeira mão!!!
Beijao!

Anônimo disse...

É isso aí!Sentir-se bem nas pequenas coisas,as mais simples possíveis... saber valorizar a tudo isso,com certeza dá mais sentido à vida!
Adorei o post!
=]

Luara Quaresma disse...

Nunca nos contentamos com o que temos!

Nayara Oliveira disse...

Espero poder ir na sua casa e levar mais felicidade

123 disse...

Oi Dani!!!

Disse tudo!! Mas a sensação de casa nova não se deve somente às paredes de concreto habitáveis, mas à sua mudança interior. Abrir-se para o que você é, verdadeiramente, assumir-se, fazer escolhas boas, não ter medo do novo, se movimentar...esses elementos construíram sua nova casa interior que possibilitou que sua nova casa material pudesse te proporcionar sentimentos tão reconfortantes. Por fim...tudo que vc escreve é inspirador!!!

Um beijão!!!

Bru