quarta-feira, 27 de junho de 2012

A Velha Mangueira

Havia uma mangueira em meu quintal:
eram rosadas as suas frutas, doces como mel,
e seus grandes galhos em cabedal
formavam aconchegantes recantos
a quem suas sombras almejava.
 

Eu deitava a minha cabeça em saliência bem formada
procurando entre as folhagens o sol das doze horas
que tudo em volta já queimava.
Era a minha mangueira recanto de aves
que gorjeavam sinfonias ao iniciar a segunda metade do dia.

O perfume adocicado e inebriante
espalhava-se além porteiras
e a manga rosa triunfante,
fruta de caldo abundante, 
enchia cestos e algibeiras.

Ah! Minha mangueira...
Saudade eu tenho daquelas tardes
e de sua frondosa presença.
Mas jaz agora no toco,
mostrando o desrespeito com este velho caboclo,
ao se tornar cadeira e mesa...

2 comentários:

Rafael Castellar das Neves disse...

Ehhhh...que delícia, Daniel! Ótima cena, muito bem descrita...viva...lembrei de muitas coisas da terrinha...rsrs

[]ss

Daniel disse...

Pois é Rafael! Dá uma saudade desse tempo em que não havia muita preocupação.
Eu escrevi esse poema enquanto me lembrava de umas férias que passei em Minas, debaixo de uma magueira.

Abraço!