Havia uma mangueira em meu quintal:
eram rosadas as suas frutas, doces como mel,
e seus grandes galhos em cabedal
formavam aconchegantes recantos
a quem suas sombras almejava.
Eu deitava a minha cabeça em saliência bem formada
procurando entre as folhagens o sol das doze horas
que tudo em volta já queimava.
Era a minha mangueira recanto de aves
que gorjeavam sinfonias ao iniciar a segunda metade do dia.
O perfume adocicado e inebriante
espalhava-se além porteiras
e a manga rosa triunfante,
fruta de caldo abundante,
enchia cestos e algibeiras.
Ah! Minha mangueira...
Saudade eu tenho daquelas tardes
e de sua frondosa presença.
Mas jaz agora no toco,
mostrando o desrespeito com este velho caboclo,
ao se tornar cadeira e mesa...
2 comentários:
Ehhhh...que delícia, Daniel! Ótima cena, muito bem descrita...viva...lembrei de muitas coisas da terrinha...rsrs
[]ss
Pois é Rafael! Dá uma saudade desse tempo em que não havia muita preocupação.
Eu escrevi esse poema enquanto me lembrava de umas férias que passei em Minas, debaixo de uma magueira.
Abraço!
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