O nosso país tem muitos artistas que verdadeiramente cantam a nossa terra, verdadeiros poetas sertanejos que com suas violas encantam aqueles que amam o Brasil. São eles que me fazem lembrar que essa corja que se apoderou da política não representa de fato aquilo que o nosso imenso país é: uma terra abençoada por uma natureza exuberante e com um povo que continua trabalhando arduamente, apesar de todo o sofrimento. Almir Sater é um desses muitos poetas sertanejos e descreve com uma incrível delicadeza aquilo que observa e sente.
Essa é uma pequena homenagem a ele e a todos os outros poetas sertanejos espalhados pelo Brasil, de hoje e de ontem.
Essa é uma pequena homenagem a ele e a todos os outros poetas sertanejos espalhados pelo Brasil, de hoje e de ontem.
Almir Sater / Renato Teixeira
No quintal lá de casa
Passava um pequeno rio
Que descia lá da serra
Ligeiro escorregadio
A agua era cristalina
Que dava pra ver o chão
Ia cortando a floresta
Na direção do sertão
Lembrança ainda me resta
Guardada no coração...
E tudo era azul celeste
Brasileiro cor de anil
Nem bem começava o ano
Já era final de Abril
O vento pastoreando
Aquelas nuvens no céu...
Fazia o mundo girar
Veloz como um carrossel
E levantava a poeira
E me arrancava o chapéu
Ah o tempo faz, tempo desfaz
E vai além sempre...
A vida vem lá de longe
É como se fosse um rio
Pra rio pequeno canoa
Pros grandes rios navios
E bem lá no fim de tudo
Começo de outro lugar
Será como Deus quiser
Como o destino mandar
No rastro da lua cheia
Se chega em qualquer lugar!