quinta-feira, 10 de julho de 2008

Os Fuentes - Parte XIX

No hospital a ambulância já era esperada por uma equipe médica e uma sala de cirurgia estava pronta para receber Cristóban. A chegada ao hospital foi rápida, mas os paramédicos estavam tendo muita dificuldade para manter os sinais vitais estáveis. A hemorragia era grande e Cristóban teve uma parada a caminho do hospital.

Tumulto, e a maca com Cristóban atravessou a emergência como um foguete. Paramédicos avisando sobre os procedimentos usados, pressão arterial, respiração, pulsação. Dr. Roberto ouvia tudo com muita atenção enquanto corriam para o centro cirúrgico. Cristóban abriu os olhos por um instante – num breve momento de consciência –, sentiu uma dor aguda, viu vultos de rostos ao seu redor, luzes, e novamente desmaiou. Portas se abrindo. Correria. Gritos; e uma equipe médica tentando salvar uma vida.

A operação já chegava há quase seis horas, muitas bolsas de sangue e plasma foram usadas. Cirurgiões se revezavam na mesa para evitar a fadiga e ter o melhor resultado. O esforço de todos era evidente.

Na sala de espera estavam o tio Juan e Sofie. Rosa estava em repouso, sedada. Os acontecimentos daquele dia haviam deixado a governanta muito abalada. Todos estavam aflitos, sem notícias. Sofie chorava em silêncio.

– Fique calma, minha filha. O meu sobrinho é forte e vai sair dessa. Disse Juan à Sofie.
– Não é justo, logo agora que as coisas entre nós dois estavam se acertando. Eu passei tanto tempo sonhando e esperando pelo Cristóban, e agora ele está partindo e eu não posso fazer nada. Falou Sofie entre soluços.
– Acalme-se, moça. Vocês dois ainda terão muitas histórias para viver. O Cristóban não vai entregar os pontos, ele é um lutador! Sentenciou Juan.

Depois de mais de seis horas e meia de cirurgia, Cristóban foi levado para uma sala de pós-operatório e o Dr. Roberto dirigiu-se até a sala de espera para dar notícias:

– A cirurgia foi muito bem! Conseguimos parar a hemorragia, remover o projétil e arrumar a bagunça. Os sinais vitais dele estão estáveis e isso é ótimo! O Cristóban é forte e jovem, acreditamos que ele vá reagir bem. Toda a equipe está otimista.

Juan deu um suspiro aliviado e Sofie abraçou o Dr. Roberto, agradecendo. Imediatamente foram a um quarto de repouso onde estava Rosa. Acordaram a governanta delicadamente e deram a boa notícia. Rosa sentiu que havia tirado um peso enorme de seu peito, mas ainda ficava imaginando como daria a notícia do suicídio do Dr. Henrique aos meninos.

– Uma coisa de cada vez. Hoje celebramos a vida, amanhã pensaremos na morte. Disse a governanta.