

Há algum tempo ela já não estava bem, mas ao invés de me lembrar da doença dela eu prefiro me lembrar de toda alegria que ela trouxe para a minha vida e da minha família, e também da maneira como ela me escolheu. Sim, foi ela que me escolheu!
Eu sempre gostei muito de contar essa história para as pessoas que a conheciam, agora vou partilhar com todos. É uma maneira de homenagear a passagem dela por esse mundo. Um amigo meu, que também é meu ex-professor, queria muito um cachorro; era uma ideia fixa dele ter um pastor alemão. Um dia ele me ligou dizendo que havia encontrado um anúncio de jornal onde se vendia filhotes de pastor alemão. Nem preciso dizer que ele ficou empolgadíssimo e quis, naquele mesmo dia, conferir o tal anúncio. Ele pediu que eu fosse junto porque não conhecia o bairro em questão, e eu fui... apenas para guia-lo.
Chegando ao endereço que foi passado a ele, encontramos uma mulher entre 35 e 40 anos, extremamente cansada, em uma casa enorme onde havia um casal de pastores adultos com três filhotes, e um rottweiler alucinado que parecia querer nos matar. A mulher, com semblante desgastado, praticamente implorou para que levássemos alguns filhotes, pois o rottweiler queria mata-los e, sozinho, batia nos dois pastores adultos.
A Gaia iluminou as nossas vidas sem nunca pedir nada em troca, mas fizemos questão de trata-la como alguém da família e sempre cerca-la de cuidados. Ela partiu hoje, deixa saudades, mas estamos aliviados porque o seu sofrimento terminou.
Descanse em paz, filha. Todos nós a amamos e a manteremos para sempre em nossos corações!
