Ah, as pastorinhas!
Quem não quer ser como elas
andando livres pelos campos,
ornamentadas e belas?
Caminham pelas verdes campinas
tocando o seu precioso gado.
Cantarolam todas, tão meninas,
levando à mão um pequeno cajado.
Descansam as suas cabecinhas
do sol que tudo queima,
no pico do meio-dia,
à sombra de uma oliveira.
Ah, as pastorinhas!
Quem não quer ser como elas?
Pulam alegres, cantam cirandas,
são tão formosas e singelas.
Carregam nos bolsos
pedrinhas a contar as ovelhas,
guiando-as morro abaixo, morro acima,
esperando o tocar das sineiras.
Vivem com seus pezinhos no chão
sentindo a grama orvalhada em seus dedos,
guardam em júbilo o coração
que não conhece receio ou medo.
Ah, essas pequenas!
Quem não quer ser como elas?
Voltam pra casa à tardinha,
cravada no cimo do outeiro,
onde dormem as pastorinhas.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
terça-feira, 9 de junho de 2009
Maria
Eu caí dos braços de Maria, tão pesados eram os meus erros, e estendi-me sobre a relva torpe lamentando uma vida de exageros. Maria olhou-me em singeleza na tentativa de sustentar meu corpo vil, e laçou-me em seus braços com firmeza a salvar uma alma já senil: esboçou-me um sorriso de luz da manhã; exalou perfume de dama da noite; chorou lágrimas de cortesã; caiu-se comigo recebendo os açoites.
Desfalecida alma, falecido corpo, maltratado... Maria deitou-se comigo e absolveu os meus pecados.
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